Torre das águias

 

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A Torre das Águias foi edificada na extinta Vila das Águias, um aglomerado urbano que em 1361 se constituiu como sede de concelho, criado por D. Pedro I a favor de Pedro Afonso, rico-homem da sua câmara, que possuía o senhorio destas terras, até então integradas no concelho de Coruche (ESPANCA, 1975). Em 1519 a localidade voltou a receber novo foral, doado por D. Manuel, mas no ano de 1535 a vila perdia o seu estatuto concelhio, ficando integrada na freguesia de Brotas.
A herdade onde foi edificada a Torre das Águias pertencia desde o final do século XV a André do Campo, lavrador, que em 1520 a trocou por outras propriedades, passando esta a ser pertença de D. Nuno Manuel, guarda-mor do rei D. Manuel e senhor da vila (Idem, ibidem).
Foi D. Nuno Manuel quem edificou a torre, construída como um “solar fortificado” de modelo gótico-manuelino, possivelmente destinado a “(…) repouso das caçadas de grossa montaria (…)” (Idem, ibidem). O edifício manteve a traça original, que se destaca pela sua monumentalidade, apresentando muitas semelhanças com edificações da mesma tipologia construídas na região de Évora na mesma época, como a Torre do Esporão, em Monsaraz, ou a Torre do Carvalhal, em Montemor-o-Novo.
De planta quadrada, o edifício divide-se em quatro pisos distribuídos de forma homogénea, marcados pela abertura de janelas de peito nas fachadas laterais. O edifício é rematado por um terraço delineado lateralmente por merlões pontuados por “agulhas cónicas de tijolos (…) que serviam de guaritas” (Idem, ibidem), no qual irrompem as dez chaminés do edifício.
No interior, o piso térreo possui um salão amplo, coberto por abóbada de ogivas, correspondendo o piso seguinte ao andar nobre do solar, com salão coberto por abóbada de ogivas, paralelo ao qual foram dispostas as restantes divisões. Os dois pisos superiores, cobertos por abóbada abatida, eram compartimentados, integrando quatro divisões.
Embora este solar tenha sido edificado possivelmente como local de pernoita, não deixa de impressionar pelo seu “carácter defensivo”, que lhe confere “(…) um volume belicoso só comparável às velhas e medievais torres de menagem (…)” (Idem, ibidem).
Actualmente, a Torre das Águias não tem qualquer utilização, pelo que é notório o seu estado de abandono e degradação.

Fonte: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70383/

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